Por estes dias, as casas têm dinâmicas nunca antes vistas. Famílias
inteiras convivem sem sair. Outras, com elementos já a sair para trabalhar e a
deixar os filhos a ter aulas no quarto, ganham novos hábitos de pôr e tirar a
máscara, levar álcool ou gel sempre consigo, usar ou não usar a viseira…
Quando pensamos nos mais velhos, lembramos os avós que ficaram
isolados e devagar regressam agora às suas rotinas mas limitados às saídas e a
sentirem-se ainda enclausurados. Há quem descreva estar em gaiolas de
ouro por continuar empregado e gostar de trabalhar em casa, estar com a sua
família (na qual se dão todos bem) e com vários tipos de confortos que
facilitam esta nova realidade. Outros descrevem o caos, o trabalho fora de
horas, o jantar por fazer e o banho por dar aos miúdos! Sem socializar, quem
tem crianças mais pequenas e menos autónomas às vezes fica sem escape e com
muita falta de ar!
No início, as redes sociais transbordavam de receitas de pão, de
puzzles de mil peças que em família alguns faziam... No início havia o medo
maior de algo tão desconhecido e inesperado. As emoções subiam e desciam ao
ritmo das notícias reais mas também das chamadas fake news que
muito alarmavam quem as via. No início, parecia que era mais legítimo sentir
confusão e simplesmente não o saber explicar. Agora, muitos estão a tentar
voltar a alguma normalidade, e parece menos normal sentir medo, confusão, falta
de ar e vontade de estar só ou de estar com outros, e...
Respire comigo, permita-se sentir o que quiser e saiba que é tudo
normal...
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