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Emoções

Nascemos para sentir. As emoções fazem parte da nossa vida. Quando experienciamos emoções agradáveis e expansivas, como a alegria ou o amor, sentimo-nos bem mas quando se trata de emoções desagradáveis ou difíceis como o medo a ira, ou a dor, a nossa aceitação muda. 

Todas as emoções que sentimos, agradáveis ou desagradáveis, existem porque têm uma função. Por exemplo, a alegria mostra-me que eu aprecio determinada situação ou que gosto do gesto que alguém teve comigo. A tristeza diz-me para ficar sozinho/a, que não gosto quando falam comigo de uma determinada maneira. O medo protege-me e faz-me fugir ou correr (quando, por exemplo atravesso a estrada e vejo um carro na minha direção) ou ficar imóvel (se vir um cão grande na rua que seja ameaçador). Mas isto da função das emoções fica para outra publicação... hoje vamos falar de ANSIEDADE.


Medo ou ansiedade?

Usamos muitas vezes  medo e ansiedade como sinónimos, mas, na verdade,  não o são e parece importante entendermos a diferença.

O medo prepara-nos, então, para uma reação ao que temos, de facto perante nós e a ansiedade prepara-nos para uma reação ao que poderemos ou não ter perante nós. Ou seja o medo é uma resposta básica e automática a um objeto, situação ou circunstância especifica que envolve um reconhecimento de real ou potencial perigo. Por contraste, a ansiedade é muito mais prolongada. É um estado emocional complexo que muitas vezes é desencadeado por um medo inicial. 


Vejamos um exemplo:

Imagine que tem um alarme contra intrusos em casa. O medo é o alarme que dispara quando o intruso entra.  A ansiedade é o mesmo alarme, mas a disparar quando uma mosca passa. 

o medo prepara-nos para sobreviver

a ansiedade é uma experiência emocional de sensibilidade a um potencial perigo


A ansiedade pode ser entendida como um estado de receio motivado por fatores como antecipação de uma situação potencialmente desagradável, a perceção de que se está ou estará em perigo ou a ser ameaçado/a ou vulnerável ao ambiente e/ou pessoas

A ansiedade é uma emoção natural e universal, que todos nós conhecemos e sentimos, cada um à sua maneira.


  Como sentimos ansiedade?


A ansiedade pode desencadear um conjunto de reações físicas e emocionais a diferentes estímulos internos e/ou externos. 


IMPORTANTE!

Ansiedade é natural. Sentir ansiedade é normal! 

É expectável que, perante um teste, uma apresentação oral, um momento de avaliação, os nossos alunos se sintam ansiosos. A ansiedade é normal e está presente no nosso dia-a-dia em diversas situações

Todos sentimos ansiedade e até pode ser útil nalgumas situações, porque nos deixa mais alerta e focados.




Quando a ansiedade é demasiada, aí sim: torna-se um problema. Quando é demasiado intensa, frequente e interfere com o nosso dia-a-dia, é um problema de saúde psicológica, causando mau estar, sofrimento e trazendo consequências negativas para a nossa vida. Neste momento devemos procurar ajuda psicológica. 




Como funciona a ansiedade?


É mais ou menos assim que funciona a nossa ansiedade. O pico da curva representa o máximo de ansiedade que conseguimos sentir. Naquele ponto sentimos o coração  a bater muito depressa, ficamos zonzos/as, com a sensação de que vamos desmaiar. O nosso corpo não aguenta muito tempo no pico máximo de ansiedade (apenas alguns minutos) e, por isso, acaba por sozinho conseguir acalmar-se e fazer com que a curva diminua, voltando assim ao seu estando normal... 
O nosso corpo é maravilhoso e surpreendente, não é? 

Claro que há estratégias que nos acalmam ou que previnem a chegada ao pico máximo de ansiedade. 


Reconhecer as situações que nos desencadeiam ansiedade, pode ajudar a perceber melhor como nos sentimos e como o nosso corpo reage. Quando somos conscientes das nossas emoções, mais facilmente as gerimos e controlamos os nossos comportamentos.


a minha régua da ansiedade

A minha régua da ansiedade é uma atividade que pode ser feita em família. Cada um irá situar na régua as situações do dia-a-dia, rotineiras e outras, numa escala de 0 a 10. O 0 significa 0 ansiedade e o 10 é o extremo e representa o nosso nível máximo de ansiedade.

Alguns exemplos:

Ir à escola.

Ter um teste.

Quando o/a Professor/a me faz um pergunta. 

Fazer um trabalho de grupo. 

Preparar uma refeição em casa. 

Ir a uma loja. 

Durante uma discussão. 

...




bola de praia

Os meus pensamentos e aminha ansiedade podem ser uma bola de praia

Uma vida plena e significativa vem acompanhada de emoções e de sensações físicas como felicidade e entusiasmo, mas também de medo e dor. Evitar pensamentos e sentimentos poderá não ser a melhor estratégia a curto e longo prazo. Redirecionar a nossa atenção e energia para o que realmente importa e nos faz sentir bem, sim! 


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para terminar e refletir


"Um velho chefe de uma tribo estava a ter uma conversa com os seus netos acerca da vida. Dizia-lhes: -Uma velha luta entre dois lobos está a ter lugar dentro de mim. Um dos lobos é a maldade, o temor, a ira, a inveja, a dor e rancor, a avareza, a arrogância, a culpa, o ressentimento, a inferioridade, as mentiras, o orgulho, a competição, a superioridade, a ansiedade. O outro é bondade, alegria, paz, amor, esperança, serenidade, humildade, doçura, generosidade, benevolência, amizade, empatia, verdade, compaixão e fé. Esta mesma luta ocorre continuamente dentro de vocês e dentro de todos os seres da terra. Os jovens ficaram pensativos, e um deles perguntou ao seu avô: - Qual dos lobos irá ganhar?"
O velho chefe respondeu simplesmente: - Aquele que escolheres alimentar".

Retirado de Mindfulness na Educação: dou-me conta que existo, de Vanda Perestrelo.




























 


As crianças e jovens devem usufruir de espaços seguros, onde possam crescer com a liberdade necessária para explorarem e desenvolverem a sua personalidade de forma tranquila.


A escola é o lugar onde as crianças e jovens mais tempo passam, onde estabelecem relacionamentos com os outros e onde crescem enquanto ser humanos. A educação acontece para além da sala de aula, em todas as interações que estabelecem e na forma como percebem o Mundo.

É um lugar de crescimento, de trocas,  de descoberta, de relações e de afetos. 


Cabe-nos a nós, adultos e adultas, promover este desenvolvimento, a liberdade, a oportunidade e a igualdade


Geralmente, a sociedade espera que indivíduos do sexo masculino se expressem de forma dita “masculina” e os do sexo feminino de forma dita “feminina”, concebendo essas expressões como “naturais”. Por exemplo, quando assumimos, que desde o seu nascimento as mulheres são mais sensíveis e cuidadoras e os homens são mais agressivos e competitivos. Que as mulheres devem cuidar, ter bonecas e praticar ballet ou os homens não podem chorar, têm de ser fortes e líderes. Contudo, uma grande parte destas associações são desenvolvidas a partir de preconceitos sociais e culturais da sociedade. Inconscientemente, algumas atitudes diferenciadoras começam no jardim de infância, quando atribuímos cores aos nomes, quando destacamos o cantinho de bonecas especialmente para as meninas e a pista de carros para os meninos. 

MAS


A liberdade de escolha e de oportunidade não permite que cada um e cada uma escolha o brinquedo que mais gosta? Não queremos, enquanto educadores/as, preparar as nossas crianças e jovens para no futuro poderem ser autónomos, responsáveis e livres nas suas escolhas? 

Assumir que o azul "é" dos rapazes e o cor de rosa "e´" para as meninas parece-nos demasiado redutor, havendo uma paleta tão grande de cores. 




Neste sentido a escola pode (e deve) ter um papel importante na promoção do respeito pela diferença, na promoção da igualdade, na criação de espaços onde se expressem, onde se descubram e onde, acima de tudo, contruam a sua personalidade.  

Aceitar o/a outro/a tal como ele é e respeitar a diversidade existente é fundamental para o desenvolvimento da autoestima e para que os jovens se sintam confortáveis consigo próprios.  

 A diversidade de género manifesta-se naturalmente na infância, sendo que as crianças que a exprimem não têm transtornos psicológicos, nem desajustes biológicos. 

Assim, primeiro, parece-nos importante clarificar alguns conceitos como sexo, género e orientação sexual.






Sexo Biológico

Diz respeito à anatomia e é atribuído à nascença. Inclui os cromossomas, as hormonas, os órgãos sexuais internos e externos. 





Identidade de género 

É a forma como cada pessoa se sente intimamente e se perceciona quanto ao seu género, independentemente do sexo que lhe foi atribuído à nascença. O género é uma construção social. 


Transexual ou Trans:  Alguém que sente pertencer ao género “oposto” ao sexo atribuído à nascença. Algumas pessoas transexuais desejam mudar o seu corpo através de tratamentos e/ou cirurgias, mas nem todas.

Cis: quando a identidade corresponde ao sexo que foi atribuído à nascença. 





Expressão de género 

É a forma como uma pessoa expressa o seu género: como se veste, age, comporta e interage no mundo. 







Orientação sexual 
É a combinação da atração emocional e sexual e define-se de acordo com o género de quem experiencia e da pessoa a quem se dirige. 

 







TENS O DIREITO A SER QUEM ÉS


Todas as pessoas podem ser vítimas de preconceito, independentemente do sexo, identidade de género ou orientação sexual. Em contexto escolar importa promover a inclusão, a equidade e o respeito. 

Como?


Refletir. Antes de mais, é essencial refletir sobre até que ponto o ambiente escolar está marcado por estereótipos de género que podem levar a criança a sentir-se diferente, ou mesmo excluída, nas suas expressões de género diversas, ou compelida a adotar formas de expressão com as quais não se identifica. Por outro lado, é importante tirarmos alguns minutos do nosso dia para refletir... Será que beneficiei algum aluno ou alguma aluna em função do sexo ou expressão de género? Tive, ao longo do meu dia, algum comentário menos positivo relativamente à forma de estar, de vestir ou de falar de alguém? 


Brincar. Nas brincadeiras, sobretudos dos/as mais pequenos/as, não devemos atribuir brinquedos ou atividades tendencialmente a raparigas ou rapazes. Todas as crianças são (ou deveriam ser) livres para brincarem com o que entenderem e com quem entenderem. São livres para se expressarem e identificarem com qualquer um dos géneros, sem terem de ser moldadas ou limitadas. 


Informar e estar informado/a. A falta de informação e a disseminação de informação incorreta leva-nos, muitas vezes, à construção de ideias pré-concebidas que não correspondem à realidade. Mais grave ainda, a comportamentos de desrespeito e discriminação. Estar informado e informada e informar  quem nos rodeia é uma excelente forma de promover a igualdade e a inclusão. 


Tolerância. Para que possamos viver num mundo colorido, que respeite todas as formas de expressão, devemos posicionar-nos contra situações de discriminação, comentários preconceituosos e insultuosos, ou contrárias aos direitos de todos e de todas independentemente da identidade e expressão de género ou orientação sexual. A solução não pode ser ignorar. 






cada um ouve o coração

e todos respeitam a decisão






E DEPOIS DA ESCOLA?


Em 2020, por grandes grupos profissionais, a remuneração média mensal de base dos homens foi de 1 104,49€ e a das mulheres foi 957,50€; e a remuneração média mensal de ganho dos homens foi de 1 344,54€ e a das mulheres de 1 128,35€. 

Igualdade de Género em Portugal: Boletim Estatístico 2022, da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG)


O dia 11 de novembro foi assinalado como o Dia Nacional da Igualdade Salarial por ser considerado o dia a partir do qual as mulheres deixam (virtualmente) de ser remuneradas pelo seu trabalho enquanto os homens continuam a receber o seu salário. 



Link do vídeo original: https://www.youtube.com/watch?v=jax54E2GWWg&t=0s


Não é justo...

                                Não está certo...

                                                                            A recompensa deveria ser igual...




O AMOR PODE SER DE VÁRIAS CORES

 empatia, respeito, bondade e generosidade



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Autoconfiança, a arte de acreditares em ti!


autoconfiança é a confiança que uma pessoa tem nas suas habilidades, capacidades e decisões, ou a crença que irá conseguir concretizar os seus objetivos. Esta caraterística tende a focar-se no futuro e tem por base o que aconteceu em situações passadas.


Quanto melhor te sentires sobre as tuas capacidades, mais motivado estarás para atingir os objetivos a todos os níveis. Vários estudos já têm mostrado que as crianças e jovens com maior autoconfiança têm melhores notas enquanto estudantes e tendem a apresentar maior satisfação com o trabalho no futuro.



autoconfiança está associada a:

- Maior autovalorização

- Maior capacidade de desfrutar dos momentos de lazer, de aprendizagem...

- Menores níveis de ansiedade e stress

- Mais energia e motivação para agir

- Relações e interações mais positivas e significativas


Muitos de nós gostávamos de ter mais autoconfiança, mas por vezes é difícil ultrapassar o medo e a insegurança… A realidade é que com alguma reflexão, trabalho e uma mudança de perceção é possível aumentar os níveis de confiança em nós mesmos!


Deixamos algumas dicas para aumentares a tua autoconfiança ou para partilhares com quem mais gostas:


  • Adota uma postura confiante
A nossa postura não reflete a nossa confiança, mas envia uma mensagem ao cérebro e muda a maneira como te sentes. Senta-te direito, sorri, abre os braços e ocupa espaço.


  • Pratica Mindfulness
Diariamente, observa-te e ao que te rodeia, sente as sensações corporais, os teus braços, mãos, peito, costas, pernas. Repara na tua respiração e nas sensações que te envolvem. Sente a tua presença!



  • Pratica exercício regularmente
O exercício físico liberta endorfinas que levam a um melhor estado de espírito e a sentires-te mais confiante.

  • Visualiza
Fecha os olhos, relaxa o teu corpo e imagina que estás a arrasar na atividade que gostarias de te sentir confiante. Imaginar que estás a realizar essa atividade perfeitamente ajuda a aumentar os teus níveis de confiança.

  • Permite-te sair da zona de conforto
Os erros são essenciais para o crescimento! Faz atividades em que sejas novato/a e não tenhas medo de falhar. O erro faz parte da aprendizagem e para atingires os teus objetivos, por vezes tens de enfrentar as tuas fraquezas. Só assim conseguirás explorá-las e ultrapassá-las.






O obstáculo, a dúvida e a superação:
o processo da resiliência


Hoje falamos de resiliência. Um conceito cada vez mais utilizado e com maior significado nas nossas vidas. Há cerca de um ano e meio a nossa vida mudou e tivemos de nos adaptar, de resolver alguns problemas que nunca pensámos ter e lidar com a mudança e com a adversidade. resiliência ajudou-nos neste processo, ajuda-nos diariamente a ultrapassar as adversidades, o stress das situações difíceis e até mesmo eventos traumáticos. É esta capacidade que nos permite aproveitar os momentos, mesmo quando há coisas que correm mal!


Mas será a resiliência um bocadinho da paciência necessária para aguardarmos uma transformação? Ou apenas a crença de que tudo vai ficar bem?



Ser resiliente não é viver uma vida sem problemas, não é só ter paciência e acreditar que tudo vai ficar bem.


Uma pessoa resiliente é alguém que se aceita, que gosta de si e que é capaz de confiar nas suas capacidades. Alguém resiliente propõe objetivos realistas e é capaz de se focar no que pode controlar, não se prendendo ao que não depende de si. A resiliência permite aprender com os erros e ser capaz de pedir ajuda quando necessário.



Uma pessoa resiliente é alguém que compreende que apesar das circunstâncias de vida poderem não ser favoráveis, acredita que tem a capacidade para a mudar e age de acordo com essa crença!


Até parece fácil, no entanto…

Para desenvolver a resiliência é necessário aceitar as emoções desagradáveis, as situações difíceis e não negarmos o que sentimos perante a adversidade.



A resiliência não é só uma capacidade das pessoas fortes e corajosas, pode e deve ser desenvolvida por cada um de nós. Cada contrariedade só contribui para que possamos ser mais resilientes e mais capazes de resolver problemas e lidar com situações menos positivas que acontecem a todos.


Como podemos desenvolver a resiliência?

- Alimentar relações positivas com familiares e amigos;

- Fazer coisas que nos façam sentir completos (estar com a família, dar um passeio na natureza, ler um livro, inspirar ou ajudar alguém);

- Aceitar que a mudança e a incerteza são parte integrante da nossa vida e que há coisas que não podemos controlar;

- Cuidar do nosso bem-estar, das nossas rotinas e fazer atividades que nos deem prazer;

- Prestar atenção aos nossos sentimentos e necessidades;

- Recorrer ao humor, quando possível, para integrar situações menos positivas.


 

Lembrem-se: são as nossas ações que determinam o nosso futuro, não as nossas condições!




Hiperatividade, as pilhas que nunca mais acabam...

A Hiperatividade é uma condição neurocomportamental e parte integrante da Perturbação de Défice de Atenção e Hiperatividade (PHDA), podendo até ser predominante! As crianças e jovens podem ter PHDA e serem mais hiperativas, notando-se a agitação de forma mais evidente do que a desatenção.

Comportamentos de crianças e jovens hiperativos

Dificuldades em ficar sentados e correm ou saltam em situações em que é inadequado fazê-lo

São incapazes de se envolver tranquilamente em atividades de lazer

Estão constantemente em movimento, falam em excesso e precipitam-se nas respostas

Têm dificuldades em esperar pela sua vez e interrompem os outros ou interferem nas suas atividades.


Estas crianças e jovens são descritos como muito ativos, irrequietos e parecem ter facilidade em meter-se em sarilhos! Apesar disso, quando encontram uma atividade que gostam (o que pode ser difícil devido à necessidade de estímulos diferentes), podem aparentar ser calmas e ter períodos de atenção prolongados.

É fundamental que os pais e professores compreendam que a Hiperatividade não se controla facilmente e uma das melhores estratégias para ajudar o aluno para lidar com o excesso de energia é ajudar o jovem a desgastá-la! No entanto, ao longo da adolescência é expectável que a manifestação da Hiperatividade diminua, fruto da socialização e da maturação neurológica.


O que podem fazer os pais e professores para ajudar estes alunos?

- Dar instruções simples e muito concretas

- Garantir que tudo foi percetível e pedir para repetir

Estabelecer rotinas e horários para acordar, adormecer, estudar, jogar...

- Pedir-lhes ajuda para monitorizar as presenças e na distribuição de material

Permitir as brincadeiras com o lápis/borracha, desde que não perturbem os colegas (pode ser um mecanismo calmante para os hiperativos)

- Repreender com um castigo curto e justo, nomeadamente retirando privilégios que gostem

- Ser positivo e utilizar o elogio quando o aluno cumprir o estipulado



Por fim, os pais e os professores devem ser capazes de manter o espírito aberto e uma atitude compreensiva para tentar lidar com a Hiperatividade, não esquecendo que o excesso de atividade motora é uma resposta automática que a criança ou o jovem não consegue controlar na totalidade...



O poder dos hábitos


Os hábitos fazem parte da rotina do nosso dia a dia, são coisas costumamos fazer, algumas até sem pensar e que mudam a nossa vida muito devagarinho, sem nos apercebermos. Hoje vamos falar do poder que estes hábitos têm, principalmente se tivermos bons hábitos, que nos ajudam a ter uma vida mais feliz e saudável!

Como é que as pequenas coisas podem mudar a nossa vida?

Os hábitos que temos e adotamos, muitas vezes sem pensarmos nisso, ajudam o nosso cérebro a gastar menos energia nas tarefas do dia a dia, guardando a energia essencial tarefas mais complexas como estudar, fazer desporto, estar com os amigos e com a família, brincar, ver séries e jogar…

Para além disso, se tivermos a capacidade de manter bons hábitos, que nos trazem bem-estar e nos ajudam a alcançar melhores resultados, como escovar os dentes, fazer atividade física, estudar um bocadinho todos os dias, ter uma alimentação saudável, estar com os amigos e com a família, vamos estar a contribuir para nos sentirmos melhor no futuro!

Sabias que se melhorares 1% por dia, durante um ano podes melhorar 37 vezes? As pequenas coisas, ao longo do tempo, tornam-se gigantes!!

Caminhar 200 metros por dia equivale a 73km por ano, ler 5 páginas por dia são 1825 por ano, fazer atividade física 2 horas por semana equivale a 104 horas por ano!



Eu até queria adotar bons hábitos, como estudar um bocadinho todos os dias, mas não consigo mantê-lo... O que se deve fazer para adotar e manter bons hábitos?

O primeiro passo é pensar muito bem e escrever sobre o motivo de quereres adotar o hábito. Escreve o que esse hábito te vai trazer de bom. Eu quero começar a estudar todos os dias porque… não me vou sentir tão ansioso nos dias anteriores, vou estar mais preparado para fazer os testes, ter melhores notas e os meus pais e professores vão ficar contentes comigo. 

O segundo passo é tornar aquilo que queremos fazer óbvio! Como podes fazer isso? Coloca uma pista no teu local de estudo para teres algo que te lembre do que precisas de fazer. Quando chegares a casa, coloca os livros da disciplina que vais estudar em cima da secretária. Assim, é mais fácil começares a tarefa.

O terceiro passo é tornar o hábito que queremos manter atrativo. Se o novo hábito estiver associado a uma recompensa, vai ser mais fácil mantê-lo. Então, depois de estudares durante 30 minutos, ou depois de fazeres os trabalhos de casa podes ir brincar ou ver televisão! Se souberes que depois do estudo vem uma recompensa, até vais estudar com mais entusiasmo. Mas atenção, só podes ir brincar ou ver televisão se cumprires com o teu novo hábito.

Simplicidade! Começa por coisas fáceis. A melhor maneira de manter um bom hábito é começar com pouco tempo. Inicialmente começar com 2 minutos de estudo todos os dias e, assim que te sentires mais preparado, vais aumentando gradualmente o tempo de estudo. 10 minutos por dia é mais do que uma hora ao fim de uma semana e vais aprendendo com calma. Com o tempo podes ir aumentando o período de estudo.

Por fim, torna o novo hábito satisfatório! Fazer progressos é muito gratificante, todos gostamos de saber que estamos a evoluir. Faz um calendário dos hábitos e todos os dias no final do dia coloca um X ou pinta de uma cor as atividades que completaste! Desta maneira, vais poder observar o teu progresso e perceber se estás a cumprir. Não te esqueças também de observar as tuas notas, o que já aprendeste e a maior facilidade que tens em acompanhar a matéria. Tudo isso vai ajudar a que mantenhas o bom hábito de estudar um bocadinho todos os dias.

Os hábitos são muito importantes e agora já sabes como escolher e adotar os melhores. Desafia-te e faz o teu próprio calendário dos hábitos para cada mês!



Ajudar os outros melhora a nossa saúde

Desde pequenos que ouvimos dizer que devemos ajudar os outros, que é bom fazer boas ações. "Faz aos outros o que gostavas que te fizessem a ti próprio". 



Mas, para além de ser uma boa ação, um ato de generosidade e de bondade, qual é o efeito em quem ajuda?

A ciência psicológica faz estudos sobre o comportamento e a atividade humana e há alguns que procuraram responder a esta questão. Vê então os resultados destes estudos: 

- As pessoas que ajudam os outros têm melhor saúde mental e psicológica.

Pois é, alguns estudos bem recentes, feitos já durante a pandemia, mostram que as pessoas que ajudam outras sentem-se menos vezes preocupadas e angustiadas. Muitas destas pessoas começaram por ajudar um vizinho, um amigo, e outras voluntariaram-se para dar uma ajuda mais regular em lares, associações e centros de apoio. Estas pessoas fizeram análises ao sangue e à saliva e descobriu-se que tinham mais defesas contra infeções. Fizeram também exames aos seus cérebros e viu-se que tinham tendência para serem mais calmas. Em geral tinham mais emoções positivas e uma melhor imagem de si próprias.

Parece que o primeiro benefício de ajudar os outros é pararmos de nos preocupar com as nossas coisas por bocado. Depois sentimos que estamos conectados, ligados aos outros e ao mundo: não nos sentimos sozinhos. Este sentimento de pertença e de ligação a alguém ou a alguma coisa é muito potente para nos ajudar a lidar com as preocupações e com as coisas más que nos acontecem.

- Há atos de bondade mais proveitosos do que outros para quem os pratica

Ajudar os outros é sempre uma coisa boa, tanto para quem é ajudado, como para quem ajuda. Contudo, os atos de bondade aleatórios, como ajudar um vizinho a limpar o jardim, levar as compras ao avô que está em casa, parecem aumentar ainda mais o nosso bem-estar do que as atividades de voluntariado que são feitas de forma mais regular e sistemática. Segundo os cientistas é porque nestes atos aleatórios podemos criar relações sociais mais facilmente e não se tornam rotineiros nem monótonos.

- Os atos de bondade têm efeitos diferentes consoante a idade de quem os pratica

Esta é outra conclusão interessante. Para os mais novos o efeito é mais sentido ao nível do bem-estar emocional e do funcionamento psicológico e nos mais velhos os benefícios são mais evidentes na saúde física.

Fechamos com uma frase de um dos senhores cientistas que fez estes estudos:

"Os comportamentos pro-sociais, como o altruísmo, a cooperação, a confiança e a compaixão, são ingredientes necessários para uma sociedade harmoniosa e com bom funcionamento. São parte de uma cultura da humanidade e os nossos dados mostram que também contribuem para a saúde mental e física".


E por fim, convidamos-te a veres um filme sobre a generosidade. Afinal ajudar alguém é simples, rápido, económico e tem benefícios para todos!


 Boa semana! Sê generoso!

(Fonte: Bryant, P. H. et al. (2020). Rewards of kindness? A meta-analysis of the link between prosociality and well-being. Psychological Bulletin. https://doi.or/10.1037/bul0000298)

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