Surgiu em 1992, por iniciativa da Federação Mundial de Saúde Mental, com o objetivo de aumentar a consciencialização pública sobre questões de saúde mental em todo o mundo e combater o estigma social.
O tema deste ano é «Saúde mental em contextos de emergência humanitária». Pretende-se destacar a necessidade urgente de apoiar a saúde mental e as necessidades psicossociais das pessoas afetadas por emergências humanitárias. É necessário intensificar os esforços para que a saúde mental seja valorizada, protegida e acessível a todos, especialmente em face da adversidade.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, crises como desastres naturais, conflitos e emergências de saúde pública causam sofrimento emocional, com uma em cada cinco pessoas a sofrer de um problema de saúde mental. Apoiar o bem-estar mental das pessoas durante essas crises não é apenas importante - salva vidas, dá às pessoas a força para lidar com a situação, o espaço para se curarem, recuperarem e reconstruírem-se, não só como indivíduos, mas também como comunidades.
Para saber mais sobre esta campanha visite o site da Organização Mundial de Saúde.
No contexto atual com conflito armado em várias zonas do planeta, a questão da saúde mental ganha outra dimensão. No entanto, este é um problema transversal a diferentes contextos políticos, culturais, sociais e económicos.
O relatório da Organização Mundial da Saúde (Mental Health Atlas 2024), que faz um levantamento global dos sistemas de saúde mental em 144 países, aponta para a existência de 1 bilião de pessoas no mundo que vivem com transtornos mentais, como ansiedade e depressão. E refere que estes transtornos representam a segunda causa principal de incapacidade a longo prazo.
Portugal apresenta uma alta prevalência de transtornos mentais, estimando-se que mais de 2,25 milhões de pessoas foram afetadas em 2019, representando 22% da população. Isso é superior à média da União Europeia de 16,7%.
Ou seja: é um tema urgente, que toca de perto quase 1/4 da população portuguesa e para o qual devem ser encontradas políticas diferentes, mais focadas na prevenção do que na remediação.

Em Espanha, um estudo de 2024 mostrou que uma em cada três consultas nos cuidados de saúde primários está relacionada com questões de saúde mental, como ansiedade, depressão ou stress.
Ou seja, muitas vezes, um problema de saúde mental pode evoluir para uma doença física, com comprometimento de várias áreas do funcionamento da vida da pessoa, incapacitando-a para interagir de forma saudável com os outros e para o trabalho, levando à perda de autonomia e de funcionalidade, ao mau-estar e à infelicidade.
Então o que podemos fazer? o papel da prevenção é fundamental em tudo. Já diziam os antigos: mais vale prevenir que remediar!!
Da mesma forma que sabemos os cuidados que temos de ter com a nossa alimentação, com o número de passos que temos de dar para estarmos ativos, com a quantidade de água que devemos ingerir e as horas de sono que são necessárias para andarmos bem, então deveríamos registar na nossa agenda algumas regras essenciais para cuidar da nossa saúde mental:
- assegurar um sono adequado e regular, fundamental para os processos de consolidação da memória e regulação emocional;
- cultivar relações sociais de qualidade, reconhecidas como fator protetor contra a depressão e a ansiedade;
- praticar regularmente atividade física, que estimula a libertação de neurotransmissores associados ao bem-estar, como a serotonina e a dopamina;
- integrar na rotina práticas de atenção plena (mindfulness) e respiração consciente, que reduzem a reatividade ao stress e fortalecem a autorregulação emocional;
- manter um equilíbrio entre as exigências profissionais e o tempo de lazer, prevenindo o esgotamento psicológico;
- expor-se à luz natural e ao contacto com a natureza, promotores de estabilidade do humor; e procurar apoio psicológico quando surgem sinais persistentes de sofrimento emocional.
Estas práticas, sustentadas por evidência científica nas áreas da psicologia, neurociência e medicina comportamental, contribuem para o fortalecimento da resiliência psicológica, da neuroplasticidade e do equilíbrio entre corpo e mente.
Por fim, deixamos um texto para refletir: A mochila e o revisor.
Muitas vezes acumulamos coisas de que não precisamos nas nossas pastas e carteiras, fazendo um volume incómodo e peso prejudicial à nossa coluna. De vez em quando temos de fazer uma limpeza, deitando papeis, talões e outros objetos desnecessários para o lixo. Guardamos algumas coisas noutro local que nos podem ser úteis e continuamos mais leves, mais limpos e mais organizados. Também a nossa vida emocional pode trazer um acumular de coisas desnecessárias, pesadas e incómodas. Devemos criar rotinas de observação do que transportamos a mais e de arrumação ou limpeza desses excessos.
A mochila e o revisor
Esperamos que cuidem ainda mais de vocês, para que possam ser mais felizes, ter mais saúde e possam também cuidar dos outros.
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