domingo, 23 de maio de 2021

Stress nas crianças e adolescentes... Como ajudar?


O stress faz parte da vida em todas as idades, e ao contrário do que se possa pensar, nem sempre é nocivo. A curto prazo, pode fazer com que uma criança dê o seu melhor para uma prova de leitura ou fazer com que um adolescente estude mais horas para um teste, apesar de preferir sair com os amigos...

Esta é a forma como o nosso cérebro e corpo respondem a uma situação de desafio. Um desempenho escolar, uma mudança de vida ou um evento traumático podem desencadear stress. No entanto, consoante a intensidade e duração, pode ser um stress positivo - que nos move para a ação -, ou um stress negativo - que interfere com a nossa saúde.

Se o stress negativo não for bem gerido, a longo prazo pode contribuir para uma lista de problemas de saúde física e mental. O stress prolongado pode enfraquecer o sistema imunológico e contribuir para doenças não só físicas como mentais, entre as quais a obesidade, doenças cardíacas, ansiedade e depressão, que se têm tornado cada vez mais comuns entre os jovens.

Importa saber que nos jovens nem sempre se manifesta da mesma forma como nos adultos. Mas... tal como os adultos, as crianças e os adolescentes podem encontrar maneiras saudáveis ​​de lidar com a situação. Juntos, os jovens e os pais podem e devem aprender a identificar os sinais de stress excessivo e, com as ferramentas certas, geri-lo. 

Fontes de stress nas crianças

Ambiente familiar - Para crianças pequenas, a tensão em casa é uma fonte comum de stress. Os mais novos podem ser afetados pelas problemáticas familiares. 

Alterações significativas na rotina - Grandes mudanças na vida, como a reestruturação familiar ou um novo lar, podem ser difíceis de gerir para uma criança, mesmo quando as mudanças são felizes, como por exemplo, a chegada de um novo irmão. 

Escola - É também outra fonte frequente de preocupação para as crianças, que podem ficar stressadas com a ideia de fazer amigos, lidar com colegas com comportamento mais problemático, a relação com os professores, os testes, notas…

Relações Sociais - Os colegas podem ajudar a atenuar o stress, mas também podem ser uma fonte dele. As relações sociais são especialmente importantes na adolescência. Muitos adolescentes preocupam-se, por exemplo, com a adaptação aos diversos contextos sociais, com os primeiros relacionamentos amorosos e com a pressão dos colegas em torno do uso de substâncias e da sexualidade.   

Os sinais de stress na infância e juventude podem refletir-se de diversas formas.


Alguns sinais a ter em atenção

 Irritabilidade: as crianças nem sempre têm palavras para descrever como se estão a sentir e às vezes a tensão acaba por se transformar em mau humor. 

Mudanças de comportamento: por exemplo, uma criança normalmente ativa passa a não querer sair de casa. Mudanças repentinas podem ser um sinal de que os níveis de stress estão elevados.

Problemas para dormir: ter dificuldade para adormecer à noite, sentir-se mais cansada ou dormir mais do que o normal.                

Negligenciar responsabilidades: quando um adolescente começa a ser demasiado desleixado para o seu habitual e para as coisas que antes considerava importantes. 

Mudanças na alimentação: comer muito ou pouco pode ser uma reação ao stress. 

Ficar doente com mais frequência: o stress pode manifestar-se através de sintomas físicos como dores de cabeça ou de estômago.


  Como os Pais podem ajudar

Os pais e educadores têm um papel importante a desempenhar, adotando os seus próprios hábitos saudáveis ​​e ajudando as crianças e adolescentes a encontrar estratégias para melhor gerir o stress:

Os Pais são os modelos. Conversar com as crianças sobre como elas pensam e lidam com suas situações stressantes com que se deparam.

 Deixe as próprias crianças tentar resolver os seus problemasÉ natural querer ajudar logo, mas nem sempre a ajuda imediata é a melhor resposta. Quando os pais resolvem tudo o que acontece na vida dos filhos, mesmo as mais pequenas coisas, não lhes estão a dar a oportunidade de crescer e aprender novas competências de resolução de problemas, de resiliência, entre outras. Deixe-os tentar e se precisarem estará lá para apoiá-los.

 Combata os pensamentos negativos"Eu sou péssimo em matemática." "Odeio o meu cabelo." “Eu nunca vou  conseguir!”  Tal como os adultos, crianças e adolescentes podem facilmente cair na armadilha do pensamento automático negativo. Nessa altura, é um bom momento para treinar com eles e, juntos, encontrarem pensamentos alternativos, baseados em factos e não na emoção do momento. Pensem se o que dizem é verdade e lembrem-se dos momentos em que se empenharam e melhoraram. Aprender a enquadrar as coisas positivamente ajuda-nos a ser mais resilientes ao stress.



Cuide de si primeiro para depois poder cuidar deles...

(in How to help children and teens manage their stress - Mary Alvord and Raquel Halfond – American Psychological Association)


Sem comentários:

Enviar um comentário