No dia 10 de outubro celebra-se, em todo o mundo, o dia da Saúde Mental.
Surgiu em 1992, por iniciativa da Federação Mundial de Saúde Mental, com o objetivo de aumentar a consciencialização pública sobre questões de saúde mental em todo o mundo e combater o estigma social.
O tema deste ano é «Saúde mental em contextos de emergência humanitária». Pretende-se destacar a necessidade urgente de apoiar a saúde mental e as necessidades psicossociais das pessoas afetadas por emergências humanitárias. É necessário intensificar os esforços para que a saúde mental seja valorizada, protegida e acessível a todos, especialmente em face da adversidade.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, crises como desastres naturais, conflitos e emergências de saúde pública causam sofrimento emocional, com uma em cada cinco pessoas a sofrer de um problema de saúde mental. Apoiar o bem-estar mental das pessoas durante essas crises não é apenas importante - salva vidas, dá às pessoas a força para lidar com a situação, o espaço para se curarem, recuperarem e reconstruírem-se, não só como indivíduos, mas também como comunidades.
Para saber mais sobre esta campanha visite o site da Organização Mundial de Saúde.
No contexto atual com conflito armado em várias zonas do planeta, a questão da saúde mental ganha outra dimensão. No entanto, este é um problema transversal a diferentes contextos políticos, culturais, sociais e económicos.
O relatório da Organização Mundial da Saúde (Mental Health Atlas 2024), que faz um levantamento global dos sistemas de saúde mental em 144 países, aponta para a existência de 1 bilião de pessoas no mundo que vivem com transtornos mentais, como ansiedade e depressão. E refere que estes transtornos representam a segunda causa principal de incapacidade a longo prazo.
Portugal apresenta uma alta prevalência de transtornos mentais, estimando-se que mais de 2,25 milhões de pessoas foram afetadas em 2019, representando 22% da população. Isso é superior à média da União Europeia de 16,7%.
Ou seja: é um tema urgente, que toca de perto quase 1/4 da população portuguesa e para o qual devem ser encontradas políticas diferentes, mais focadas na prevenção do que na remediação.
Até porque a saúde mental e a saúde física andam de mãos dadas: vários estudos mostram a relação entre problemas de saúde física e de saúde mental, sendo que a sua relação é bidirecional, ou seja, problemas numa podem influenciar a outra de forma recíproca.
Em Espanha, um estudo de 2024 mostrou que uma em cada três consultas nos cuidados de saúde primários está relacionada com questões de saúde mental, como ansiedade, depressão ou stress.
Ou seja, muitas vezes, um problema de saúde mental pode evoluir para uma doença física, com comprometimento de várias áreas do funcionamento da vida da pessoa, incapacitando-a para interagir de forma saudável com os outros e para o trabalho, levando à perda de autonomia e de funcionalidade, ao mau-estar e à infelicidade.
Então o que podemos fazer? o papel da prevenção é fundamental em tudo. Já diziam os antigos: mais vale prevenir que remediar!!
Da mesma forma que sabemos os cuidados que temos de ter com a nossa alimentação, com o número de passos que temos de dar para estarmos ativos, com a quantidade de água que devemos ingerir e as horas de sono que são necessárias para andarmos bem, então deveríamos registar na nossa agenda algumas regras essenciais para cuidar da nossa saúde mental:
assegurar um sono adequado e regular, fundamental para os processos de consolidação da memória e regulação emocional;
cultivar relações sociais de qualidade, reconhecidas como fator protetor contra a depressão e a ansiedade;
praticar regularmente atividade física, que estimula a libertação de neurotransmissores associados ao bem-estar, como a serotonina e a dopamina;
integrar na rotina práticas de atenção plena (mindfulness) e respiração consciente, que reduzem a reatividade ao stress e fortalecem a autorregulação emocional;
manter um equilíbrio entre as exigências profissionais e o tempo de lazer, prevenindo o esgotamento psicológico;
expor-se à luz natural e ao contacto com a natureza, promotores de estabilidade do humor; e procurar apoio psicológico quando surgem sinais persistentes de sofrimento emocional.
Estas práticas, sustentadas por evidência científica nas áreas da psicologia, neurociência e medicina comportamental, contribuem para o fortalecimento da resiliência psicológica, da neuroplasticidade e do equilíbrio entre corpo e mente.
Muitas vezes acumulamos coisas de que não precisamos nas nossas pastas e carteiras, fazendo um volume incómodo e peso prejudicial à nossa coluna. De vez em quando temos de fazer uma limpeza, deitando papeis, talões e outros objetos desnecessários para o lixo. Guardamos algumas coisas noutro local que nos podem ser úteis e continuamos mais leves, mais limpos e mais organizados. Também a nossa vida emocional pode trazer um acumular de coisas desnecessárias, pesadas e incómodas. Devemos criar rotinas de observação do que transportamos a mais e de arrumação ou limpeza desses excessos.
O bem-estar no local de trabalhoprecisa ser cuidado. Ao desejarmos um ambiente saudável, com vista à produtividade e melhoria contínua, importa estarmos envolvidos, podermos ser o apoio uns dos outros e caminharmos no mesmo sentido. Assumindo estecompromisso(ainda no final do ano letivo anterior) a pensar em todos e no ano letivo que se inicia, surgiu a proposta de se realizar uma atividade de bem-estar em grupo.
Uma das formas de descontrairmos é acaminhar,sabemos que aluzdo dia também só nos faz bem (para além da vitamina D) e o brincar/jogareleva a vontade de fazer, estimula a criatividade e as afinidades entre as pessoas, facilitando a liderança e a resolução de conflitos... quando tudo isto é feito em grupo cresce a partilha de experiências e aumenta a segurança.
Ao misturarmos todos estes elementos saiu um Peddy Paper... e com este, convidandotodos os profissionais do agrupamento, quisemos começar o ano letivo de forma positiva e descontraída. Com cem inscrições, distribuídas por pequenos grupos, o passeio mostrou-se divertido pela cidade!
Percorreram-se ruas no Centro Histórico de Viseu...
Cumpriram-se tarefas e houve interação com desconhecidos!
Descobriram-se curiosidades.
Uniram-se esforços e pés e surgiram gargalhadas...
Terminámos num parque, até há pouco, escondido...
Caminhar com pessoas amigas, no Centro Histórico duma Cidade...
- promove ainteração social,o conhecimento mútuo, a comunicação...
- fortalece laços de amizade, criamemórias compartilhadas,o sentido de pertença...
- aumenta a sensação de bem-estar, contribui para a saúde e redução do stress...
- estimula ocontato com o património histórico e cultural da cidade...
- faz-nos desfrutar domomento presente, do aqui e agora- nós, os outros e a cidade,
- melhora o humor e a inspiração...
Estes benefícios reverteram a favor duma equipa de trabalhoque vai passar os próximos meses junta e que, por isso, se quer em colaboração,conectada,aberta e flexível. Capaz de enfrentar, junta, os desafios com que se irá deparar ao longo do ano letivo.
Esta é uma atividade que pode ser feita noutros contextos, nomeadamente no familiar. Para terem oportunidade de conhecer melhor a nossa cidade, num formato divertido, imprimam um dos flyers e sigam à descoberta! Esperamos que se divirtam e tragam emoções novas para casa!
Se quiserem saber mais, sobre ambientes de trabalho saudáveis e a importância da luminosidade para a saúde mental, deixamos a seguir dois links, que nos levam além da curiosidade, até um maior conhecimento destes temas.
A pergunta parece provocatória, pois a resposta é fácil. Claro que há, sempre houve e continuará a haver. Infelizmente.
De vez em quando este tema fica viral e, recentemente, por causa de uma série num canal de streaming voltou-se a falar de bullying. Neste caso de agressão através do telemóvel e das redes sociais com consequências muito dramáticas.
Então se há bullying, a pergunta correta é: há mais ou menos bullying em Viseu?
Um pouco de história (desculpa, mas é importante)
Desde 2015 que existe, em Viseu, algo quer não há em mais nenhum concelho de Portugal. Um Observatório do Bem-estar dos alunos! Sim, leste bem: em Viseu há um grupo de pessoas que se dedica a perceber como estão os seus alunos.
E que são essas pessoas? Os/as psicólogos/as que trabalham nas Escolas do Concelho. Aqui encontras psicólogos de todas as idades, com muitas diferenças em termos pessoais e profissionais, mas que têm em comum a preocupação com os seus alunos.
São ou não são pessoas especiais?? Claro que sim! 😉
Trabalham cada um nas suas Escolas, reúnem-se algumas vezes por ano em diferentes Escolas (com um grande agradecimento às Direções pela autorização para poderem levar a cabo algumas das atividades deste Projeto dentro do seu horário de trabalho) e trabalham muitas horas fora do seu horário a preparar atividades, a planear, a estudar e a cozinhar soluções para os problemas que encontram.
Ao longo destes quase 10 anos de existência este grupo fez vários inquéritos aos alunos (e em 2021 também aos profissionais da educação) acerca da forma como se sentem e vivem a Escola, quais as suas rotinas e como ocupam o seu tempo livre. Nos meses de maio e junho de 2024 foi feita mais uma recolha de dados.
E que quantidade de dados foi recolhida!! Mais parecem estudo nacional, daqueles bem complicados! (Os psicólogos escolares de Viseu são muito bons no que fazem!)
E sabes o que mais impressiona? A constatação de que os alunos de Viseu não estão muito bem em termos de saúde mental. E no que toca ao bullying a coisa não está bonita:
O bullying aumentou, sobretudo no 1.º ciclo
Esta é uma notícia muito má: em 2016 havia 8,6% de alunos vítimas de bullying no 1.º ciclo e em 2024 passámos a ter 21,5%. E como nem só de vítimas vive o bullying, é importante referir que a taxa de agressores nos alunos do 1.º ciclo passou de 10% para 48,9% e de testemunhas passou de 14,4% para 26,8%.
Além disso, o número de alunos envolvidos no cyberbullying é, pelo menos, quatro vezes maior - aqui o problema é evidente em todos os ciclos. Repara no gráfico seguinte:
Percebe-se claramente a diferença entre os valores de 2018 - a taxa de vítimas variava entre 1,4% no 2.º ciclo e 4% no 3.º ciclo, e os de 2024 - com 10,1% de vítimas no Secundário e 18,6% no 3.º ciclo.
Podemos dizer que no geral aumentou o bullying nas Escolas de Viseu? Sim, infelizmente, podemos.
Porquê? Porque é que isto está a acontecer?
É uma excelente pergunta. Ainda não temos uma resposta exata, temos apenas hipóteses.
Pensamos que os nossos alunos usam poucas estratégias de resolução de conflitos, percebemos que andam mais frustrados e mais zangados, damos conta que os pais andam com menos tempo e com menos paciência para lidar com os seus problemas e com os dos filhos, notamos que há mais dificuldade em comunicar e em interagir por parte dos alunos e por parte dos adultos.
Ainda não temos uma explicação, mas sabemos que é preciso fazer alguma coisa.
E este grupo de psicólogos continua a cozinhar coisas... temos muita vontade de ajudar, de contribuir para a mudança da Escola e para a melhoria do bem-estar dos alunos. Sim, porque é preciso estar bem para aprender bem!
"Pronto, já chega de más notícias! E as boas???"
Essas terão de ficar para outro dia! Volta aqui e verás mais notícias sobre o estado dos alunos de Viseu. Encontrarás mais más notícias e, com certeza, algumas boas notícias!!
o que é que já fizemos para pôr em prática os desejos que pedimos?
Antes de seguirmos o nosso raciocínio, quem é que se decidiu que devíamos comer 12 passas à meia-noite? 🎉🍷 Ao que parece o costume de comer uvas frescas acompanhadas de champanhe nasceu na alta sociedade pariense, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Esta tradição ganhou novas proporções quando, em 1880, a Câmara de Madrid teve a ideia de criar uma taxa municipal para quem celebrasse o dia de Reis nas ruas da cidade.
Este imposto levou uma multidão de protestantes para a Puerta del Sol, na noite de Ano Novo, ONDE COMERAM UVAS EM SINAL DE REVOLTA. e assim nasceu a tradição das 12 uvas-passas...
Mas voltando aos desejos para 2025.....
Por experiências anteriores:
Quanto tempo conseguimos manter estes novos hábitos que tanto queremos adquirir e manter? Parece que janeiro tem 365 dias, mas será que chegamos a fevereiro e que estes planos se mantêm?
Hábito
Um hábito é uma rotina ou um comportamento praticado regularmente e, em muitos casos, automaticamente.
Aquilo que no início do ano desejamos torna-se um hábito quando o praticamos de forma regular. Queremos resultados de uma forma linear e é frustrante quando parece que os nossos esforços são ineficazes durante os primeiros dias e até semanas.
Parece que não se vai a lado nenhum, não é?
Mas qualquer processo leva tempo, sobretudo os resultados mais significativos. Esta é uma das razões que explica o porquê de ser tão difícil criar hábitos duradouros. Por norma fazemos pequenas mudanças, mas como não vemos resultados palpáveis decidimos parar.. “ando a meditar há um mês porque é que continuo tão nervosa e ansiosa?”
Mas criar hábitos demora...
Manter bons hábitos durante mais do que alguns dias parece muitas vezes difícil, mesmo que haja um esforço genuíno. Hábitos como fazer exercício, meditar, escrever um diário ou cozinhar de forma mais saudável são razoáveis durante alguns diasmas depois tornam-se uma chatice!
No entanto, uma vez criados parece que os hábitos têm o poder de ficar connosco para sempre (até os indesejados).
Alterar os nossos hábitos ou adquirir novos hábitos tem muito que se lhe diga. E, muitas vezes, torna-se um desafio por dois motivos: 1) tentamos mudar a coisa errada, 2) tentamos mudar os hábitos da maneira errada.
Podemos pensar na mudança de comportamento como uma imagem de três camadas: mudança nos resultados, mudança nos seus processos ou mudanças na sua identidade.
Os resultados têm que ver com o que conseguimos.
Os processos com aquilo que fazemos.
A identidade com aquilo em que acreditamos.
A primeira camada é mudar os nossos resultados. Este nível tem que ver com a mudança de objetivos: perder peso, publicar um livro, ganhar um campeonato. A maior parte das metas que fixamos estão associadas a este nível de mudança.
A segunda camada é mudar o nossoprocesso. Este nível tem que ver com a mudança de hábitos e métodos: aplicar uma nova rotina no ginásio, arrumar a secretária para o trabalho ser mais eficaz, desenvolver uma prática de meditação. A maior parte dos hábitos que criamos estão associados a este nível.
A terceira camada, a mais profunda, é mudar a nossaidentidade. Este nível é sobre a alteração daquilo em que se acredita: a visão do mundo, a imagem que temos de nós, os juízos que fazemos sobre nós e os outros. A maior parte das nossas convicções, suposições e preconceitos estão associados a este nível.
Muitas pessoas começam o processo de mudança de hábitos focando-se naquilo que querem alcançar e isto conduz a hábitos assentes no resultado.Quando procuramos criar hábitos duradouros – construir um sistema de melhorias - todos osníveis de mudança são uteis.
O problema é a direção da mudança!!A alternativa é criar hábitos assentes na identidade e, assim, o nosso foco começa em quem nos desejamos tornar.
Quero ser magro (resultado) e serei magro se fizer esta dieta (processo). Por outrolado,énecessário alterar a forma como se veem e perceberem que a velha identidade pode sabotar os seus novos planos de mudança.
Assim, podemos considerar que os nossos hábitos são a forma comodamos corpo à nossa identidade: quando fazemos a cama todos os dias incorporamos a identidade de uma pessoa organizada, quando escrevemos todos os dias incorporamos o a identidade de uma pessoa criativa. Obviamente que os hábitos não são as únicas ações que influenciam a identidade, mas tendo em conta a sua frequência são importantes para a construção e adaptação da nossa identidade.
Os investigadores estimam que 40 a 50 por cento das nossas ações diárias são feitas por hábitos. Mais ainda, os hábitos são escolhas automáticas que influenciamasnossas decisões conscientes.
Isto leva-nos ao nosso próximo ponto: INTENÇÕES
O que quer?
Como se
quer sentir?
E o que está a fazer para isso acontecer?
Conhece a intenção para
a sua Vida, relações, saúde ou trabalho?
Uma intenção é um princípio que o guia em relação à pessoa que quer ser e à forma como quer viver e surgir para a Vida.
Quando tem uma intenção bem definida, tudo se alinha para conseguir o que quer. A mente, os pensamentos e o coração seguem todos na mesma direção.
A intenção é o legado que deixa quando encontra o que é mais importante para si e quando começa, de uma vez por todas, a viver de acordo com isso. Criamos o nosso mundo exterior a partir do nosso interior. E quanto mais bonito, tranquilo, harmonioso e amoroso estiver o nosso mundo interior, mais bonito, tranquilo, harmonioso e amoroso será o nosso mundo exterior. Certamente já sabe isto!
Qualquer sonho, ideia ou desejo precisou de uma intenção para se manifestar, seja qual for a área da sua Vida. No amor, no trabalho ou na saúde. Tudo o que acontece começa com uma intenção. Tudo na sua Vida começa com uma intenção, consciente ou inconsciente.
como definir intenções?
As intenções contêm emoção e propósito. Quando define uma intenção está a alinhar a mente com o coração.
As intenções devem transparecer aquilo que sente, devem ser pessoais, conectadas com os seus valores e identidade e com aquilo em que acredita.
>>>Quando pensa numa intenção comece por formular esta pergunta: Como é que me quero sentir?
Aqui ficam algumas perguntas que o ajudarão a definir as suas intenções:
>> O que é mais importante para si?
>> O que quer criar na Vida?
>> O que pode deixar ir?
>> Quem quer perdoar?
>> O que o faz feliz/sentir bem?
>> Que palavras descrevem o que lhe faz falta?
>> Que medos gostava de deixar ir?
>> O que o faz sentir grato?
As intenções postas em palavras têm um poder mágico
Deepak Chopra
Este tipo de reflexão pode ser desafiante ou difícil, pois não somos ensinados a fazê-lo desta maneira ao longo da nossa vida... Talvez seja útil deixarmos alguns exemplos específicos de intenções.
1. Sentir paz
2. Cuidar de mim
3. Amar incondicionalmente
4. Ser autêntico
5. Rir todos os dias
6. Praticar o não julgamento
7. Perdoar o passado
8. Viver o aqui e agora
Ano novo não tem de significar vida nova, mas pode significar que precisamos de redefinir a nossa identidade e traçar intenções. Se chegou até aqui é porque há algo que quer melhorar ou atingir! Não desista!
E lembre-se: o compromisso tem de ser consigo mesmo!