quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Saúde Mental e o combate ao Bullying: Missão de Todos!

A Saúde Mental é cada vez mais mediatizada e falada por todos, porém a consciencialização da sua importância continua a ser um desafio a desbravar. Explorar a saúde mental na escola  é crucial para o bem-estar dos alunos e por isso o tentamos fazer de forma regular. 

No mês de outubro, tendo como pano de fundo o dia Mundial da Saúde Mental – 10 de outubro – o Agrupamento desenvolve atividades específicas sobre o tema para alunos e adultos, no entanto, o tema não se esgota neste mês, sendo transversal e contínuo durante todo o ano letivo. Preocupamo-nos com todos e temos o objetivo de despertar consciências e promover a saúde mental da comunidade escolar.  

Um dos aspectos importantes na promoção da saúde mental entre os jovens é o relacionamento entre pares e, associado a este, a prevenção e o combate ao bullying e cyberbullying - uma missão de TODOS no ambiente escolar. 


O bullying e o cyberbullying afetam milhares de jovens em todo o mundo, provocando uma série de prejuízos que interferem diretamente na autoestima e no rendimento académico, bem como em muitos outros aspectos da vida das crianças e jovens em idade escolar.

O bullying corresponde a "todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudante contra outro(s), causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder" (Lopes Neto, 2005, p.165 as cited in Silva et al, 2015).

O bullying pode ser definido como todo o comportamento agressivo em contexto escolar - quando uma pessoa é gozada, empurrada, ameaçada, posta de parte do seu grupo de amigos, insultada por parte de outros colegas, perseguida e até humilhada. Considera-se que o comportamento é bullying quando:

- é realizado de forma intencional (há a intenção de causar dano) 

- é repetido (não é apenas um só episódio), 

- existe uma assimetria de poder (o que faz com que a vitima tenha dificuldade em se defender) .



  


ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO


Promover a aceitação - quando os alunos se aceitam uns aos outros, os comportamentos de bullying diminuem.  

Estabelecer regras - relacionadas com o bullying e com o comportamento a ter. As regras devem comunicar, de forma clara, uma atitude de tolerância zero para com o bullying e a expectativa de um comportamento positivo por parte dos alunos.

Criar empatia - ou a capacidade de identificação e de compreensão dos sentimentos, da situação, dos motivos e das preocupações de outra pessoa. O importante é desenvolver empatia em relação às pessoas que são muito diferentes de nós – nas suas necessidades, experiências, pontos de vista, circunstâncias da vida, crenças, etnia ou cultura, capacidades, talentos...  

Premiar a cooperação -  valorizar  mais o esforço e empenho que o resultado. Elogiar os alunos pela sua disponibilidade para se darem bem, durante o trabalho de grupo, e por concederem o devido valor às capacidades únicas de cada um dos companheiros. As atividades de grupo, podem encorajar os sentimentos de unidade e de aceitação. Quando os alunos cooperam, todos ganham.  

Os alunos que participam em atividades de grupo apresentam mais probabilidades de terem sentimentos positivos acerca das outras pessoas; desenvolvem menos preconceitos ou repensam as inclinações ou preconceitos que já têm.  

Encorajar atos isolados de amabilidade - atos isolados de amabilidade são formas comprovadas e poderosas de criar um ambiente mais positivo.  

Elogiar - durante o decorrer do dia, podemos aproveitar todas as oportunidades para fazer um comentário positivo aos outros, nomeadamente aos alunos. Com o nosso elogio damos o exemplo e podemos incentivar os outros a fazê-lo.

Usar o humor - o humor é um ótimo instrumento para fazer alguém sentir-se bem-vindo, aceite e valorizado.  

Ser bom ouvintea primeira e mais importante coisa que o adulto pode e deve fazer é ouvir a criança/adolescente.  

Encorajar a atitude positiva - como enfatizar  o que é bom na vida de cada um.

Promover a reflexão sobre o tema.



ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO


Agir de imediato e de forma adequada a relatos de bullying. Confiar no que está a ser relatado.

A vítima precisa ter a certeza de que o adulto vai fazer alguma coisa, uma vez que eles estão a correr um risco ao denunciarem situações de bullying, caso contrário, a confiança que a criança/adolescente tem no adulto ficará comprometida ou até destruída.  

Intervir imediatamente quando se é testemunha de bullying. O professor tem a responsabilidade de intervir, de imediato, perante qualquer caso de bullying de que seja testemunha. Desta forma, o professor torna claro que não será tolerante com o bullying, que atuará perante situações similares em vez de ignorar, e encoraja outras vítimas e testemunhas a falarem do bullying.  

Dar o exemplo no modo como atua, escutando com atenção o sucedido, refletindo com calma no que se irá fazer a seguir.

Para o 1º ciclo

A pensar especificamente nos Pais,

deixamos um link da Ordem dos Psicólogos Portugueses, sobre comofalar sobre o bullying com os filhos. https://escolasaudavelmente.pt/pais/comunicar-com-os-filhos/falar-sobre-o-bullying

Para além destas sugestões, se queremos ambientes e relações tranquilas e positivas, evitar dizer:

Se eles te batem, bate-lhes também!                          – Ignora esses ataques!

         – Evita esses colegas!                           – Isso são coisas de criança… 

               – Tens de saber defender-te!                           Precisas de ser forte!           

 – Estás a fazer um drama do caso…                      – Isso é uma fase, isso passa!



PROPOSTAS DE ATIVIDADES  que podem ser desenvolvidas com as crianças e adolescentes, em em sala de aula, ou outro espaço apropriado.

Pedro, Marco e Alice

Sugerem-se três links de vídeos acerca do bullying tendo em conta três perspetivas diferentes: a da vítima, do agressor e da testemunha. No final do visionamento dos vídeos, pode debater-se, em grupo ou individualmente, acerca do papel de cada um dos intervenientes, o que sentiriam se fossem estas personagens e que estratégias poderiam utilizar.

                                                                                        História da Alice, Observadora

              História do Marco, Agressor

                                                                                        História do Pedro, a Vítima

                                                                                 

1.       Algumas conclusões que podem ser retiradas dos filmes e do debate em grupo

 

Comportamento mais eficaz

Comportamento ineficaz

Vítima

Contar a um adulto significativo (pai, professor, funcionário, diretor, psicólogo);

Aproximar-se de outras crianças com que se sinta melhor;

Evitar ficar sozinho nos intervalos;

Ser assertivo nas primeiras provocações ou ameaças;

Responder agressivamente (excetuando situações de defesa);

Vingar-se;

Isolar-se;

Não contar;

Faltar às aulas;

Testemunha

Contar a um adulto significativo (pai, professor, funcionário, psicólogo);

Ajudar a vítima, através da companhia;

Ignorar;

Assistir sem fazer nada;

Tomar partido do agressor;

Agressor

Parar;

Conversar com adultos sobre a sua agressividade;

Assumir perante o grupo;

Pedir ajuda para gerir a raiva;

Ocupar os intervalos com atividades físicas e/ou úteis;

Parar os comportamentos agressivos físicos, mas continuar com ameaças e humilhações verbais;

 

 

 

Dinâmica da Folha Amarrotada

Esta dinâmica pode ser trabalhada em grupo ou individualmente.

Dar uma folha a cada criança e pedir que a amassem até ficar como uma bola, que a pisem, que chamem nome, voltar a amassar. Atenção: não podem rasgar! Depois é pedido que voltem a colocar a folha como ela estava antes, pedindo desculpa. Perguntar às crianças o que notam na folha. Salientar as respostas que indicam que a folha continua com marcas; que não ficará igual ao que estava no início. Por mais que se tente a folha não voltará a ficar lisa como antes. Em conclusão, a folha representa o coração de cada criança e que por mais que tentemos remediar ou pedir desculpa, o coração fica como a folha de papel em que é difícil apagar as marcas. Assim, cada vez que insultamos um colega, magoamos, ou irritamos, a impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos com as nossas ações, ou com as nossas palavras, mesmo que tentemos remediar e pedir desculpas, não conseguimos muitas vezes apagar as mágoas nem concertar os corações que foram amassados. Pedir desculpas é importante e devemos sempre fazê-lo, mas temos sempre a opção de pensar antes de “amarrotar uma folha” ou um coração.


 

“Um mais um é sempre mais do que dois”

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