sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Afinal a tecnologia é boa ou má?

A tecnologia é usada por todos nós todos os dias. Esta publicação, por exemplo, certamente estará a ler através de um computador, tablet ou telemóvel. É inevitável o seu uso, quer seja profissionalmente ou para lazer. 

A verdade é que a tecnologia veio para ficar! É claro o avanço tecnológico a que temos assistido nos últimos anos e a prova disso é compararmos o acesso a conteúdos que os nosso/as alunos/as têm ao dispor e aqueles que os seus pais e mães tiveram. Hoje, as crianças são cada vez mais cedo expostas à tecnologia e parece ser um tema que preocupa a sociedade.  



Estudos sobre o acesso e o uso da internet em todo o mundo e, em particular, em Portugal, indicam que há um aumento exponencial do acesso e uso a toda a tecnologia que permite estar online e viver as mais variadas experiências virtuais, umas mais licitas que outras, sobretudo para as crianças e jovens. 



No entanto, não nos podemos esquecer das potencialidade e oportunidades que o uso da tecnologia nos proporciona. Permitiu investigações importantes em várias áreas, permite que em segundos consigamos esclarecer uma dúvida, contactar alguém que está a kms de nós, permite aprender e ensinar. 


O meu filho passa muitas horas a jogar.. Estará dependente?

Esta questão não é simples de responder. É necessário ter em conta o número de horas que está definido a criança jogar, que alternativas tem em vez do jogo online, e, sobretudo se não altera o dia-a-dia e funcionalidade daquela criança. A questão da dependência não passa necessariamente pelo tempo em demasiada, mas sim pelas atividades que são deixadas de lado para estar online como por exemplo socializar, fazer as refeições, dormir, entre outras. 

Assim, é importante estar alerta para o rendimento escolar, para alterações do sono, da alimentação e da socialização, isto é, estarmos atentos e atentas ao desempenho e interesse pela escola,  se prefere jogar em vez de dormir, se salta refeições ou come snacks em frente aos ecrãs, se começa a preferir jogar do que estar com os amigos. 


Há quem defina regras de utilização das tecnologias de acordo com a idade. Por exemplo que a televisão só deve ser introduzida aos 3 anos; os jogos offline (por exemplo PlayStation) aos 6 anos; a Internet a partir dos 9 anos; e as redes sociais aos 12 anos, com vigilância parental (Tisseron, 2013)



Mas porque é que as tecnologias são tao atrativas? 

Pense nas tecnologias como um saco de gomas. Mas um saco de gomas que temos no bolso e que nunca se esgota. Posso comer, comer e voltar a comer mas o saco continua sempre cheio... 

As tecnologias estão ao nosso dispor e o acesso a conteúdos parece interminável. Hoje, as crianças nascem rodeadas de tecnologia e utilizam-na, diariamente, acedendo ao mundo com a ponta dos dedos.

 



Mas se por um lado as tecnologias são uma janela de oportunidades, por outro expõem crianças e famílias a uma multiplicidade de riscos. Para o uso saudável das tecnologias criámos uma lista de sugestões que poderão ajudar as famílias a moderar e adequar o seu uso:

📱 Estabeleça uma rotina. Se criamos uma rotina para tudo na nossa vida porque não incluir as tecnologias no nosso plano semanal. Em conjunto com o/a seu/sua filho/a defina o tempo que pode passar a jogar ou ver vídeos e em que momentos é oportuno isso acontecer. Evite as tecnologias antes de deitar: estudos mostram que devem ser evitadas 2 a 3 horas antes da hora de deitar,  a fim de proporcionar um sono mais tranquilo e recuperador. 


💻 Negoceie. A escola permite a socialização mas também permite que cheguem a casa e queiram o jogo ou dispositivo que o seu melhor amigo ou amiga tem. Se posso oferecer posso também negociar. Posso acordar que só receberá no aniversário, no Natal ou outra data importante ou festiva; posso acordar o tempo que vai passar em frente ao ecrã; o que terá de cumprir para o conseguir. 


🎮 Jogue primeiro. Como posso saber se um jogo, vídeo ou atividade é adequada para o meu/minha filho/a? Pois, é simples! Quando era mais pequeno provava sempre a sopa para ver se estava quente antes de a dar, certo? E verificava todos os materiais ou locais para saber se eram perigosos ou não, certo? Então experimente jogar primeiro para saber se está adequado à idade  e/ou desenvolvimento do/a seu/sua filho/a e, mais  ainda, se aquele tipo de conteúdo faz sentido para vocês enquanto família.

 

📹 Assistam em família. Se o/a seu/sua filho/a tem interesse em algum jogo, vídeo ou desenho animado pode assistir com ele/a ou assistir em família. Rapidamente e instintivamente dizemos que não gostamos ou só vês tolices. No entanto, também nós adultos obrigamo-los a assistirem a algo que não é do seu interesse. 


🎲 Convide amigos/as. Grande parte dos jogos ou vídeos são partilhados pelos/as amigos/as com quem convivem diariamente. Em alternativa à distância permita que a criança convide o/a amigo/a para sua casa para passarem o dia/tarde a jogarem ou a verem os vídeos que tanto gostam. Neste contexto, a socialização é promovida! E quem sabe não os consegue convencer a participarem num jogo de tabuleiro ou a brincarem na rua antes das tecnologias (negociar, negociar...). 


📺 Fale sobre as tecnologias. Oferecemos o acesso às tecnologias e permitimos que as usem mas na maioria das vezes não falamos sobre isso. É importante definir, por exemplo, a função de determinado dispositivo, o número de horas de acesso, os perigos e as vantagens da sua utilização. Como pontapé de saída para a conversa sobre as tecnologias, criámos um baralho uma conversa sobre as tecnologias para jogarem em família: https://wordwall.net/pt/resource/24547174. Sugerimos, também, dois filmes que nos parecem bastante atrativos e que retratam o uso das tecnologias: pode ser um bom programa de fim-de-semana em família. 

 Big Hero 6 e Ralph vs Internet 

(imagens retiradas de https://cinecartaz.publico.pt/)


A tecnologia é uma coisa boa, 
Nós é que temos de fazer uma gestão saudável do seu uso. 



(Jogo do wordwall criado com base no "Jogo Missão 2050: Promoção do Uso Saudável das Tecnologias" da IDEIAS COM HISTÓRIA).

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