As crianças e jovens devem usufruir de espaços seguros, onde possam crescer com a liberdade necessária para explorarem e desenvolverem a sua personalidade de forma tranquila.
A escola é o lugar onde as crianças e jovens mais tempo passam, onde estabelecem relacionamentos com os outros e onde crescem enquanto ser humanos. A educação acontece para além da sala de aula, em todas as interações que estabelecem e na forma como percebem o Mundo.
É um lugar de crescimento, de trocas, de descoberta, de relações e de afetos.
Cabe-nos a nós, adultos e adultas, promover este desenvolvimento, a liberdade, a oportunidade e a igualdade!
Geralmente, a sociedade espera que indivíduos do sexo masculino se expressem de forma dita “masculina” e os do sexo feminino de forma dita “feminina”, concebendo essas expressões como “naturais”. Por exemplo, quando assumimos, que desde o seu nascimento as mulheres são mais sensíveis e cuidadoras e os homens são mais agressivos e competitivos. Que as mulheres devem cuidar, ter bonecas e praticar ballet ou os homens não podem chorar, têm de ser fortes e líderes. Contudo, uma grande parte destas associações são desenvolvidas a partir de preconceitos sociais e culturais da sociedade. Inconscientemente, algumas atitudes diferenciadoras começam no jardim de infância, quando atribuímos cores aos nomes, quando destacamos o cantinho de bonecas especialmente para as meninas e a pista de carros para os meninos.
MASA liberdade de escolha e de oportunidade não permite que cada um e cada uma escolha o brinquedo que mais gosta? Não queremos, enquanto educadores/as, preparar as nossas crianças e jovens para no futuro poderem ser autónomos, responsáveis e livres nas suas escolhas?
Assumir que o azul "é" dos rapazes e o cor de rosa "e´" para as meninas parece-nos demasiado redutor, havendo uma paleta tão grande de cores.
Neste sentido a escola pode (e deve) ter um papel importante na promoção do respeito pela diferença, na promoção da igualdade, na criação de espaços onde se expressem, onde se descubram e onde, acima de tudo, contruam a sua personalidade.
Aceitar o/a outro/a tal como ele é e respeitar a diversidade existente é fundamental para o desenvolvimento da autoestima e para que os jovens se sintam confortáveis consigo próprios.
A diversidade de género manifesta-se naturalmente na infância, sendo que as crianças que a exprimem não têm transtornos psicológicos, nem desajustes biológicos.
Assim, primeiro, parece-nos importante clarificar alguns conceitos como sexo, género e orientação sexual.
Sexo Biológico
Diz respeito à anatomia e é atribuído à nascença. Inclui os cromossomas, as hormonas, os órgãos sexuais internos e externos.
Identidade de género
É a forma como cada pessoa se sente intimamente e se perceciona quanto ao seu género, independentemente do sexo que lhe foi atribuído à nascença. O género é uma construção social.
Transexual ou Trans: Alguém que sente pertencer ao género “oposto” ao sexo atribuído à nascença. Algumas pessoas transexuais desejam mudar o seu corpo através de tratamentos e/ou cirurgias, mas nem todas.
Cis: quando a identidade corresponde ao sexo que foi atribuído à nascença.
Expressão de género
É a forma como uma pessoa expressa o seu género: como se veste, age, comporta e interage no mundo.
TENS O DIREITO A SER QUEM ÉS
Todas as pessoas podem ser vítimas de preconceito, independentemente do sexo, identidade de género ou orientação sexual. Em contexto escolar importa promover a inclusão, a equidade e o respeito.
Como?
Refletir. Antes de mais, é essencial refletir sobre até que ponto o ambiente escolar está marcado por estereótipos de género que podem levar a criança a sentir-se diferente, ou mesmo excluída, nas suas expressões de género diversas, ou compelida a adotar formas de expressão com as quais não se identifica. Por outro lado, é importante tirarmos alguns minutos do nosso dia para refletir... Será que beneficiei algum aluno ou alguma aluna em função do sexo ou expressão de género? Tive, ao longo do meu dia, algum comentário menos positivo relativamente à forma de estar, de vestir ou de falar de alguém?
Brincar. Nas brincadeiras, sobretudos dos/as mais pequenos/as, não devemos atribuir brinquedos ou atividades tendencialmente a raparigas ou rapazes. Todas as crianças são (ou deveriam ser) livres para brincarem com o que entenderem e com quem entenderem. São livres para se expressarem e identificarem com qualquer um dos géneros, sem terem de ser moldadas ou limitadas.
Informar e estar informado/a. A falta de informação e a disseminação de informação incorreta leva-nos, muitas vezes, à construção de ideias pré-concebidas que não correspondem à realidade. Mais grave ainda, a comportamentos de desrespeito e discriminação. Estar informado e informada e informar quem nos rodeia é uma excelente forma de promover a igualdade e a inclusão.
Tolerância. Para que possamos viver num mundo colorido, que respeite todas as formas de expressão, devemos posicionar-nos contra situações de discriminação, comentários preconceituosos e insultuosos, ou contrárias aos direitos de todos e de todas independentemente da identidade e expressão de género ou orientação sexual. A solução não pode ser ignorar.
cada um ouve o coração
e todos respeitam a decisão
E DEPOIS DA ESCOLA?
Em 2020, por grandes grupos profissionais, a remuneração média mensal de base dos homens foi de 1 104,49€ e a das mulheres foi 957,50€; e a remuneração média mensal de ganho dos homens foi de 1 344,54€ e a das mulheres de 1 128,35€.
Igualdade de Género em Portugal: Boletim Estatístico 2022, da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG)
O dia 11 de novembro foi assinalado como o Dia Nacional da Igualdade Salarial por ser considerado o dia a partir do qual as mulheres deixam (virtualmente) de ser remuneradas pelo seu trabalho enquanto os homens continuam a receber o seu salário.
Link do vídeo original: https://www.youtube.com/watch?v=jax54E2GWWg&t=0s
Não é justo...
Não está certo...
A recompensa deveria ser igual...
O AMOR PODE SER DE VÁRIAS CORES
empatia, respeito, bondade e generosidade
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